Em órbita espacial, no entanto, a gravidade já não nos atinge da mesma forma e é possível descobrir como o corpo humano e outros objetos se comportam na ausência de peso.
O termo "microgravidade" é usado para se referir a esses ambientes, em que a ausência de peso é quase atingida – já que pequenas forças residuais, como o arrasto do ar ou a pressão solar, continuam agindo. A melhor maneira de atingir a microgravidade é no espaço.
Essas condições diferentes das que vivenciamos no planeta Terra permitem que os cientistas em órbita conduzam experimentos que não seriam possíveis aqui, levando a resultados importantes em diversas áreas do conhecimento.
Os principais efeitos de um ambiente com microgravidade são aqueles observados em fluidos (líquidos ou gases), que am a se comportar de maneira diferente sem a gravidade "puxando" eles para baixo.
Segundo a Jaxa, a agência espacial japonesa, os principais fatores de diferença na microgravidade são:
Na Terra, a gravidade age como uma força que pode distorcer os processos físicos que estão sendo estudados pelos cientistas. Em órbita, é possível observar e controlar os fenômenos e processos que normalmente seriam mascarados pelos efeitos da gravidade.
A ausência de peso pode ajudar os cientistas a entender melhor o crescimento de tecidos, células e proteínas do corpo humano, possibilitando avanços no entendimento de como controlar esse processo e aperfeiçoar a medicina na Terra.
Além disso, também é possível realizar processos de produção industrial sem o efeito da gravidade, que costuma influenciar fortemente os processos de fusão e solidificação de materiais, por exemplo. Estudar essas etapas sob microgravidade pode ajudar a entender melhor como os materiais se comportam e, portanto, melhorar a qualidade dos produtos finais.
A Estação Espacial Internacional (ISS) é, atualmente, o maior laboratório científico em órbita. E o fato dela permanecer na órbita terrestre a longo prazo permite que diversos experimentos e estudos de longa duração sejam conduzidos em condições de microgravidade.
Por ser um local habitável, a ISS também torna possível estudar os impactos da microgravidade no corpo humano dos astronautas – como, por exemplo, os efeitos do espaço que causam mudança na circulação de nosso sangue, um fluido que deixa de ser afetado pela gravidade.
Os principais experimentos realizados em microgravidade estão relacionados a ciência e engenharia de materiais, física dos fluidos, ciência da combustão e efeitos do espaço no corpo humano.