Pesquisadores da Liverpool School of Tropical Medicine, no Reino Unido, mostraram que o Zika transforma a pele de uma "barreira protetora" para uma espécie de "imã de mosquitos". Isso acontece, segundo o estudo, devido a uma alteração na expressão de genes e proteínas em fibroblastos dérmicos, um tipo de célula responsável por manter a integridade estrutural da pele.

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Essas mudanças metabólicas aumentam a produção de compostos orgânicos voláteis, produtos químicos emitidos pela pele. Esses compostos atraem os mosquitos e os encorajam a picar, ajudando na transmissão do vírus.

Essa descoberta é apoiada por uma extensa análise de metaproteoma, uma técnica que examina o efeito geral da interação de diferentes tipos de genes e proteínas em um organismo.

"Nossas descobertas mostram que o vírus Zika não é apenas transmitido ivamente, mas manipula ativamente a biologia humana para garantir sua sobrevivência", afirma Noushin Emami, coautor principal do artigo, em comunicado à imprensa.

"À medida que os casos de Zika aumentam e os mosquitos Aedes expandem seu alcance, entender os mecanismos pelos quais eles ganham uma vantagem de transmissão pode desbloquear novas estratégias para combater arbovírus. Isso pode incluir o desenvolvimento de intervenções genéticas que interrompam o sinal transmitido pela pele, que parece ser tão atraente para os mosquitos. As possibilidades são tão intrigantes quanto urgentes", completa.

O Zika é um vírus transmitido pelo Aedes aegypti, o mesmo mosquito responsável pela disseminação do vírus da dengue e da chikungunya. A doença é caracterizada por sintomas como febre (abaixo de 38 °C), conjuntivite não purulenta e manchas vermelhas na pele de início precoce e que causam coceira.

Geralmente, os sintomas são leves e duram de dois a sete dias. Em alguns casos, o Zika pode causar complicações mais sérias e prejudicar o desenvolvimento do bebê se contraído por uma mulher grávida, levando à microcefalia.

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