Uma mulher de 57 anos, que é totalmente cega há 16 anos, recebeu o implante de elétrodos no cérebro. O dispositivo, ligado a óculos especiais, estimulou áreas do cérebro da paciente e ela recuperou parte da visão.

A mulher não conseguiu enxergar tudo com clareza, mas, durante seis meses de testes, foi capaz de detectar silhuetas, algumas formas e linhas, contrastes entre imagens mais claras e mais escuras e até algumas letras.

Os pesquisadores que coordenaram a experiência agora pretendem aprimorar o sistema para que pessoas cegas possam detectar imagens mais complexas.

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Fernando Gomes aponta que a visão em si não ocorre nos olhos, e sim numa parte específica do cérebro. "É importante entendermos que não enxergamos com os olhos. Eles fazem, através da retina, a transformação da informação luminosa numa energia elétrica que a pelas vias ópticas. Nossa visão de fato acontece na região posterior do cérebro, chamada de lóbulos occipitais", diz.

É dessa forma que a implantação de elétrodos no cérebro é capaz de recuperar a visão de uma pessoa, já que o aparelho estimula a área afetada.

"Isso mostra a capacidade de uma interface entre um dispositivo em contato com o córtex cerebral ar informação necessária para os neurônios para que essa interpretação [em forma de imagens] fosse feita", aponta Gomes.

"O o seguinte, imaginando um implante definitivo, é a presença da neuroplasticidade: os neurônios estimulados am a se reorganizar e a visão pode ser recuperada pela paciente."

(*Com informações de Raphael Florêncio, da CNN, em São Paulo)

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