Janeiro prolongou uma série de calor extraordinário, na qual 18 dos últimos 19 meses registraram uma temperatura média global de mais de 1,5 grau Celsius acima dos tempos pré-industriais, informou o Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S) do bloco em um boletim mensal.

Mas como essas novas altas temperaturas impactam nossa saúde? Para responder esta questão, a CNN conversou com a especialista em saúde ambiental Helena Ribeiro, professora do Departamento de Saúde Ambiental da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP).

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Impactos das altas temperaturas na saúde

Ribeiro explica que esse aumento médio da temperatura não afeta a saúde humana imediatamente. O que afeta as populações é o impacto dessa mudança no clima, com o surgimento de ondas de calor intenso, frio extremo, chuvas torrenciais e secas severas em diferentes regiões do planeta. Cada cenário afeta as pessoas de um modo:

Outro ponto importante é que o aumento da temperatura pode expandir a área dos mosquitos transmissores da dengue e acelerar a reprodução de vetores de doenças infecciosas em regiões mais quentes. Por isso, é fundamental intensificar o combate à dengue; nesse caso, o uso de pesticidas nesse processo pode trazer novos desafios ambientais.

No Brasil, por estar na zona tropical, o calor é a preocupação maior, conforme projeções do IPCC (sigla inglesa para Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas). Mas a professora destaca a vantagem das chuvas de verão nesse cenário, que ajudam a reduzir a temperatura do ar por meio da nebulosidade e precipitação, o que acaba contribuindo para o conforto térmico.

O que fazer para amenizar esse problema?

No curto prazo, ações para mitigar os impactos na saúde humana incluem a instalação de tendas e espaços de resfriamento nas cidades, a distribuição de água para a população, a preparação de pontos de atendimento e a realização de campanhas educativas com orientações sobre os riscos e cuidados necessários.

A longo prazo, seriam importantes ações gerais para redução do aquecimento global. Reduzir as emissões de gases de efeito estufa, promover a transição para energias limpas, incentivar o reflorestamento e investir em tecnologias de captura de carbono são medidas essenciais para minimizar os impactos.

Em resumo, é crucial criar políticas públicas que adaptem as cidades e suas populações aos eventos climáticos extremos, a fim de garantir mais proteção à sociedade. O desafio é grande, mas o futuro do planeta e da humanidade depende dessas ações.

*Com informações de Lucas Guimarães, em colaboração para CNN

 

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