Serão interrogados os acusados do chamado “núcleo 1”, grupo considerado crucial para o desenvolvimento da suposta trama golpista.
Além do ex-presidente, fazem parte deste grupo ex-ministros e o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, que foi delator no processo.
Veja todos os interrogados:
Ex-presidente da República. É denunciado por liderar suposto plano para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após as eleições de 2022. De acordo com a PGR, teria formulado e editado minuta que previa estado de exceção no país, além de ter ciência do plano "Punhal Verde Amarelo", pensado para matar Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes.
Tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Cid fechou o acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal em 2023 e prestou longos depoimentos sobre plano de golpe, venda de joias sauditas, fraude em cartões de vacinação e gabinete do ódio. Sua delação é peça-chave na denúncia da PGR. Ele será o primeiro a depor.
Deputado federal e ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Durante as investigações, a PF encontrou mensagens, e-mails e documentos trocados entre Ramagem e Bolsonaro com orientações sobre formas de questionar as urnas eletrônicas após a derrota do ex-presidente nas eleições.
Ex-comandante da Marinha no governo Bolsonaro. Segundo a denúncia, único integrante das Forças Armadas a aderir ao plano de golpe. Garnier teria colocado as tropas da Marinha à disposição de Bolsonaro.
Ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, Torres ocupava o cargo de secretário de Segurança Pública do Distrito Federal no dia dos ataques de 8 de janeiro. É acusado de omissão quanto aos atos. Em operação da PF, foi encontrada na casa de Torres uma minuta que previa a instauração de estado de exceção para reverter o resultado das eleições.
Ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional no governo Bolsonaro. De acordo com a denúncia, participou ativamente das discussões golpistas. Heleno seria o escolhido para comandar um “gabinete de crise” após a consumação do golpe.
Ex-ministro da Defesa de Bolsonaro, Nogueira teria ajudado o ex-presidente na redação da minuta do golpe e apresentado o documento aos comandantes das Forças Armadas, buscando apoio. Ele é acusado também de buscar formas para endossar críticas às urnas eletrônicas para inflar a desconfiança popular no sistema eleitoral.
Ex-ministro da Defesa e candidato à vice-presidência na chapa de Bolsonaro. Braga Netto está preso preventivamente desde dezembro por tentar atrapalhar as investigações policiais. Ele chefiaria o gabinete de crise após o golpe junto com Heleno e é acusado de participar da elaboração da minuta golpista.
Os depoimentos começarão a partir das 14h por Cid, que é delator. Em seguida, os réus serão ouvidos em ordem alfabética.
Eles poderão ficar em silêncio caso a resposta de alguma pergunta possa lhe autoincriminar. O direito ao silêncio é assegurado pela Constituição.
Os réus respondem por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.