Limitar audiência de custódia melhoraria segurança pública, afirma Derrite

Secretário de Segurança Pública de São Paulo criticou alguns pontos da PEC da Segurança durante Fórum Esfera 2025

Rafael Saldanha, da CNN, em São Paulo
Guilherme Derrite, secretário de Segurança Pública de São Paulo, durante Fórum Esfera 2025.  • Youtube/Esfera Brasil
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O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, defendeu, neste sábado (7), durante o Fórum Esfera 2025, que limitar a realização de audiência de custódia para presos em flagrante melhoraria a segurança pública no país.

"O que iria melhorar a segurança pública? Limitar a audiência de custódia. Eu não sou a favor de acabar, mas de limitar o o", afirmou Derrite.

O "Segurança Pública em Perspectiva", que teve a participação de Derrite, reuniu autoridades que falaram sobre projetos de investimentos e sobre a integração dos Três Poderes para a desburocratização do setor.

Ao ser questionado sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, o secretário disse que a proposta não ataca os principais problemas da área criminal.

Segundo o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, o objetivo da PEC é desburocratizar e dar maior eficiência ao trabalho de todas as autoridades no combate às organizações criminosas. Está prevista uma maior integração entre União e entes federados para elaborar e executar as políticas voltadas à segurança pública.

"A minha crítica à PEC é que ela não ataca a principal chaga do problema de segurança pública: a reincidência criminal. Nós prendemos trinta vezes o criminoso pelo crime de roubo.", destacou Derrite ao citar que uma solução seria limitar a audiência de custódia.

A audiência é uma formalidade processual que deve ocorrer em até 24 horas após uma prisão em flagrante, segundo o Código de Processo Penal. A sessão perante um juiz deve ocorrer na presença de um advogado ou membro da Defensoria Pública e um membro do Ministério Público. Apresentado o auto de flagrante, o magistrado pode determinar a ilegalidade da prisão, converter a prisão em flagrante em preventiva ou conceder a liberdade provisória ao custodiado.

Derrite também ressaltou a necessidade de combate ao crime organizado de forma integrada, além de maiores investimentos no setor. "A grande questão é que vivemos o fortalecimento do crime organizado ao longo de décadas. Precisamos enfraquecer e asfixiar o crime organizado com uma rede colaborativa e integrada".