Diferente do Brasil, a eleição presidencial nos EUA acontece de maneira indireta, ou seja, em vez de a população votar diretamente no candidato que quer eleger para a Presidência, acaba elegendo os "delegados" do partido em um estado.
Entenda abaixo o que são os delegados e como funciona o voto indireto nos Estados Unidos.
Na votação indireta, as pessoas elegem os "delegados" (uma figura eleitoral) e são eles quem escolhem as pessoas que vão ocupar cargos políticos.
Nos EUA, esse sistema é utilizado tanto nas eleições primárias (a disputa entre os pré-candidatos) quanto nas gerais (quando participam somente um candidato de cada partido).
Os delegados são uma figura eleitoral, representantes que votam seguindo a vontade dos eleitores de cada estado. Geralmente, são indivíduos engajados politicamente e membros ativos dos partidos.
Conforme estabelecido na Constituição dos Estados Unidos, os norte-americanos votam nos candidatos à Presidência e, de acordo com o número de votos obtido em cada estado, estes recebem os votos de delegados correspondentes à região.
Esses representantes, então, se reúnem nos respectivos estados e votam para presidente e vice-presidente. Os delegados compõem o Colégio Eleitoral.
Sim. Embora isso seja raro, os delegados de um partido podem votar no candidato adversário.
Isso já aconteceu anteriormente, mas a ação com certeza geraria muito descontentamento dentro do partido.
Um candidato à Presidência dos EUA precisa conquistar ao menos 270 delegados.
Esse número representa a maioria dos 538 eleitores que compõem o Colégio Eleitoral, o sistema que a Constituição dos EUA descreve para que seja eleito o presidente.
A maioria dos delegados é obrigada a estar “vinculada” (o termo republicano) ou “comprometida” (o termo democrata) a um determinado candidato que se dirige à convenção.
Mas uma parcela muito pequena de delegados em certos estados e territórios do lado republicano está “desvinculada”. Esses poucos delegados podem apoiar quem quiserem quando chegarem à convenção.
É o grupo de pessoas que “confirma” o voto da população.
Na maioria dos estados, o candidato à Presidência que receber a maioria do voto popular leva todos os delegados, independente da diferença percentual – processo conhecido como “winner takes all” (o vencedor leva tudo).
As exceções são Maine e Nebraska, que dividem alguns dos votos eleitorais.
O Colégio Eleitoral dos Estados Unidos é composto por 538 delegados, sendo um para cada membro da Câmara dos Deputados (435) e do Senado (100), e mais 3 no Distrito de Columbia.
O número de delegados em disputa em cada estado é determinado de acordo com informações populacionais do Censo e a representação no Congresso do país.
Se por um acaso nenhum candidato atingir esse número ou se os dois candidatos chegarem exatamente a 269 votos cada um, a Câmara dos Deputados decide quem será o novo presidente, entre os três candidatos que obtiveram mais votos, em uma nova e diferente votação.
Nesse caso, vale ressaltar que os deputados que definem o presidente não são os que já estão no cargo, e sim os que forem eleitos em novembro.
Apenas duas vezes na história dos Estados Unidos o presidente foi escolhido pela Câmara: em 1800 e 1824.
Sim. Isso acontece porque são atribuídas quantidades diferentes para cada estado, fazendo com que alguns tenham mais peso do que os outros. Por exemplo, Wyoming tem apenas 3 delegados, enquanto a Califórnia tem 55.
Essa situação já aconteceu cinco vezes no país, sendo a mais recente em 2016, quando o Donald Trump foi eleito no Colégio Eleitoral, apesar de a democrata Hillary Clinton ter recebido mais votos da população.
O mesmo aconteceu em 2000, com o republicano George W. Bush, que venceu o democrata Al Gore, e também nos anos de 1824, 1876 e 1888.