Cuba disse que o chefe da missão dos EUA, Mike Hammer, havia incitado "cidadãos cubanos a cometer atos criminosos graves, atacar a ordem constitucional ou incentivá-los a agir contra as autoridades", afirmando que suas ações violam normas da Convenção de Viena sobre relações diplomáticas.
"A imunidade de representante de seu país não pode ser usada para encobrir atos contrários à soberania e à ordem interna do país para o qual é credenciado, neste caso, Cuba", segundo a declaração.
Hammer, um diplomata americano de carreira que chegou a Cuba há seis meses, viajou pela ilha para se reunir com dissidentes políticos, provocando a ira do governo cubano, que o acusa de tentar fomentar a agitação.
O Departamento de Estado dos EUA defendeu as atividades de Hammer.
"O chefe da missão, Mike Hammer, e a Embaixada dos EUA representam orgulhosamente o presidente Trump ao implementar uma política externa America First e buscar a responsabilização do regime cubano por sua influência maligna nas Américas", disse uma autoridade do Departamento de Estado.
"Continuaremos a nos reunir com patriotas cubanos, líderes religiosos e aqueles que lutam pelas liberdades dos cubanos", acrescentou a autoridade.
As crescentes tensões têm como pano de fundo pior crise econômica em décadas em Cuba. O governo cubano atribui a difícil situação ao embargo econômico americano em vigor desde a época da Guerra Fria. Trata-se de um série de restrições que impede transações financeiras, o comércio, o turismo e a importação de combustível.
A decisão de Cuba de repreender formalmente Hammer ocorre poucos dias após o diplomata afirmar em uma coletiva de imprensa em Miami que o governo Trump prepara novas sanções contra a nação comunista.
Cuba tem repetidamente criticado Hammer ao longo dos meses, mas não impediu suas viagens pela ilha.