Decisão dos EUA está aquém do propagado por bolsonaristas, avalia governo
Medida de restrição para emissão de vistos não especifica Moraes e é menos abrangente do que a ameaça feita por Marco Rubio na semana ada

A decisão dos Estados Unidos de impor restrições à emissão de vistos, incluindo autoridades estrangeiras que "censuram" americanos, está aquém da ameaça propagada por bolsonaristas, avaliam integrantes do governo Lula.
Na diplomacia, a avaliação é que a medida, anunciada nesta quarta-feira (28) pelo secretário de Estado americano Marco Rubio, é menos abrangente do que a que ele próprio havia anunciado na semana ada.
Na ocasião, Rubio citou a "grande possibilidade" de aplicar uma sanção ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), com base na Lei Magnitsky.
A legislação permite aos Estados Unidos punir estrangeiros acusados de violações de direitos humanos.
Já em publicação nas redes sociais nesta quarta, o secretário de Estado chegou a citar a América Latina. Entretanto, não deu detalhes sobre essa nova medida nem mencionou Moraes.
Questionado sobre a restrição durante audiência na Comissão de Relações Exteriores da Câmara nesta quarta-feira, o chanceler Mauro Vieira afirmou que a emissão de vistos é uma soberania de cada país.
"É uma decisão do país, soberana de cada país conceder ou negar, e não tem que dar explicação", disse.
Integrantes da diplomacia brasileira afirmam que o momento é de cautela e de trabalho discreto para evitar a escalada de uma crise impulsionada pela direita. Avaliam ainda que, no caso da restrição de vistos, não há motivo para reação.
Sob reserva, aliados do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está licenciado do cargo e vivendo nos Estados Unidos, dizem que a restrição do visto é apenas o começo.
Bolsonaristas esperam ainda que sanções, baseadas na Lei Magnitsky, sejam aplicadas ao ministro Alexandre de Moraes.
Embora não tenha sido citado por Marco Rubio, Alexandre de Moraes foi mencionado em uma publicação nas redes sociais pelo conselheiro de Donald Trump, Jason Miller.
O perfil mencionado no X (antigo Twitter) foi desativado pelo ministro em fevereiro de 2025.
Na mensagem, Miller diz: "Compartilhe isso com alguém que lhe vem à mente imediatamente ao ler isto. Ok, vou começar… Olá @Alexandre!"