Inaugurada ainda nos primeiros governos do petista, a política de aumentos reais do salário-mínimo acima da inflação é tida no governo como uma de suas maiores marcas na distribuição de renda.

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O governo sabe que, a cada ponto percentual que o mínimo cresce acima da inflação, cria-se um efeito em cascata que puxa consigo grande parte dos gastos governamentais. Mas entende que esta é uma das políticas que melhor refletem os ideais que levaram Lula ao Palácio do Planalto.

Desde o início do governo, este é um tema que, vira e mexe, vai parar na mesa de Lula. Isso ocorreu, por exemplo, quando se cogitou abandonar a meta de déficit zero prometida pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Quando confrontado com a ideia de acabar com os aumentos reais do mínimo, Lula, segundo os relatos de interlocutores próximos, soltou um categórico “não”.

O máximo que a ala mais austera do governo conseguiu até agora foi estabelecer um teto para os aumentos reais. Desde o início deste ano, vale a regra segundo a qual os aumentos se limitarão a 2,5% acima da inflação. Antes, a variação era pautada pela evolução do PIB de dois anos antes. Mas Lula se comprometeu a continuar subindo o mínimo acima da inflação.

Este é, inclusive, um dos pontos que Lula costuma exaltar em contraponto a Jair Bolsonaro. Quando esteve à frente do Planalto, o ex-presidente optou por manter apenas a correção da inflação sobre o salário-mínimo. A volta a esse modelo é, inclusive, amplamente defendida por bolsonaristas nas críticas à gestão das contas públicas na istração petista.

Em geral, aliados próximos de Lula dizem que faz muito mais sentido o governo comprar outras brigas. Por exemplo, cortar isenções fiscais a determinados setores da economia. Não à toa este é um dos pontos mencionados por Haddad, ao comentar as negociações em andamento com o Congresso Nacional.

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